Musica para os ouvidos,
Fascínio para os olhos,
Ópio para todos os sentidos
Assim é o brio à beira rio.
Indescritível virtude as
águas,
Correm sem cessar com os
ventos,
Correm e precipitam-se na
costa,
Sobem e com saudade
lançam-se ao chão.
Rios que correm vidas,
Rios que ceifam vidas,
Rios que ajudam e constroem,
Rios que violentos destroem;
Muitos caminhos irão
percorrer,
Caminhos de canoa pequena,
Caminhos de igapó,
Caminhos de aguapé.
Rios que inspiram o homem
A acaboclar-se ao jeito do
interior,
Fazem-no amorenar-se ao sol
Na busca do peixe com linha
e anzol.
Fim de tarde pôr-do-sol,
Brisa manhosa sobre as
águas,
Na varanda rede preguiçosa,
Na boca o fumo enrolado,
Fumaça subindo pela têmpora,
Olhar altivo para o céu.
Brilham as primeiras
estrelas
Trazendo consigo a noite,
E o pensamento já vai longe
Junto à linha do horizonte.