Sufocado com tanta imundície
Agoniza o homem só.
Não resta muito tempo,
Nunca houve tempo para restar.
Fundo vai em sua miséria,
Deleita-se em sua concupiscência,
No prazer da morte se satisfaz.
Em meio a remorsos
Suspira um fôlego de agonia.
De antes sonhos,
Pesadelos agora vive.
Medo de perder,
Medo de viver,
Medo e apenas medo.
Que fará pois agora?
Sucumbe nas trevas,
As trevas lhe abraçam e cegam.
Está perdido em meio a tudo,
Está passando como um nada.
A luz não quer tornar,
Vergonha lhe cobre a face,
Máculas lhe cobrem o corpo,
Totalmente disforme apodrece,
Sucumbe e aos poucos morre.
Abundancia de vida não vê,
Fardo pesado se põe a carregar,
Julgo sem misericórdia se faz merecer,
Sua condição aceita com dor,
Seu coração pedra tornou,
Sua alma negra mofou.