sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

La vita e bella

Sim a vida é bela!
Não há que se compare
Quando vista da janela
De meus olhos pérola
Que teimam em abrir.
Sim eles não possuem sutileza,
Mas ainda que rudes
São sinceros apreciadores
Das dores
Das flores
De amores
Das cores
Que colorem a linda vida
Que escorre como tinta
Na tela de meus olhos 
Que cá habita.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A Águia, A Serpente, O Leão

No reino de Animália
Reino místico por essência
Reina a temida Reptilia
Que cortesia dispensa.
"Nas curvas de seu dorso
Desliza sinuosos mistérios;
No seu mortal veneno
Oculta-se a dose curadora;
Na sua garganta o portal
Que leva as entranhas da terra."
Em suas escamas de colubra
Revela sensualidade imensa;
Na ecdise o mistério da cura
Que os parasitas dispensa.
Oroboro revela a alquimia,
Mordendo o próprio rabo
O ato sublime de sabedoria.
Eia! Vejam o mistério:
- "Meu fim é meu começo."
Grande em superação,
Perfeita em habilidade,
Controladora da emocional paixão
Não se deixa levar por vaidade.
Simplícia dona da força
Para muitos até divinal
Adorno na pele da moça
No mundo a gênese do mal.

sábado, 7 de dezembro de 2013

A Águia, A Serpente, O Leão

No fim dos dias
De bico longo a ferir o peito,
Penas longas, velhas e pesadas,
Unhas curvas por inteiro
Dificultando a passada.
Com último voo digno
Põe-se reclusa às alturas,
Correndo grande perigo.
Sofre as questões mais duras,
Viver o fim da Majestade?
Morrer após tanta Grandeza?
Sempre chega a idade
Em que a força torna fraqueza.
A morte não é certa,
Mui esperada;
A vida agonia desperta,
Presente, não esperada.
Quão veloz chegou o tempo
De uma longa jornada,
Carregado pelo vento
Que os olhos não vê nada.
Insatisfeita bica a rocha,
Nasce o sangue
Que vida nova desabrocha
E sobre o corpo tange.
Novamente o Ser perspicaz
Fortemente penetrante
Que por um momento jaz
Mas agora vive tal qual d'antes.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Alma Negra



Sufocado com tanta imundície
Agoniza o homem só.
Não resta muito tempo,
Nunca houve tempo para restar.
Fundo vai em sua miséria,
Deleita-se em sua concupiscência,
No prazer da morte se satisfaz.
Em meio a remorsos
Suspira um fôlego de agonia.
De antes sonhos,
Pesadelos agora vive.
Medo de perder,
Medo de viver,
Medo e apenas medo.
Que fará pois agora?
Sucumbe nas trevas,
As trevas lhe abraçam e cegam.
Está perdido em meio a tudo,
Está passando como um nada.
A luz não quer tornar,
Vergonha lhe cobre a face,
Máculas lhe cobrem o corpo,
Totalmente disforme apodrece,
Sucumbe e aos poucos morre.
Abundancia de vida não vê,
Fardo pesado se põe a carregar,
Julgo sem misericórdia se faz merecer,
Sua condição aceita com dor,
Seu coração pedra tornou,
Sua alma negra mofou.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Ser



Somos responsáveis por nós,
Podemos construir nossas vidas
Com o firmamento que desejarmos
Sem que alguém interfira.
É ilusório o depender,
Precisar talvez,
Mas até ficar satisfeito.
Sós é que estamos,
Isso se formos
Por querer ser
Sem o ter
Que achamos viver.
O ser requer morrer
Para o que é vida,
E é o viver
Para aquilo que quer viver.
Assim sou,
Assim morto estou.
E sou vida
Não a minha,
Mas a que vive
Por esse mundo
Que nasceu em mim.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Mathias



Não pude gozar dos dias
Que nasceram breves
Que anunciou  Mathias
Vestido de roupas leves.
Mathias que nunca existiu
Era amigo na saudade,
O encontrei a beira rio
Que corria na cidade.
Ei Mathias!
Que faz ai tão só?
Pois venha comigo agora
Façamos disso nó
E a caminhada não seja só.
Pule em meus ombros
Vamos correr agora
Assustar a frente os pombos,
Mas não me deixe perder
O que perdido não pode ser.
Felicidade Mathias!
Disse o sábio:
"Sorte é isso, merecer e ter!"
Tens a mim, tenho a ti.
Só nada mais há de ser.