domingo, 14 de agosto de 2016

Esse teu silêncio
combinado com o meu,
aumenta a distância
que se pôs entre nós,
esse silêncio descarado,
doloroso e mortal.
Minha alma na tentativa de salvar-se
até sonha com outros amores,
mas pela manhã eu digo não.
Não quero ser salvo
nem há porque,
os dias que tive foram os melhores,
até trouxeram o melhor de mim,
mas a distância nos roubou,
ou talvez eu tenha escutado demônios
ao invés dos anjos.
Não serei tolo da próxima vez,
espero que haja uma próxima.
E agora?
Falam anjos ou demônios?

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Meus pés não tocam mais o chão,
voar é meu lugar,
eu vou para além mar,
eu vou cruzar a linha do horizonte,
ninguém me segura aqui,
talvez alguém bem ali,
mas é longe
e meus olhos não alcançam mais.
Minhas mão estão dormentes
já não toco mais o violão,
e as folhas de meu velho caderno
ainda continuam em branco.
Não haverá à música.
Nem a história saberá desses dias,
e assim ninguém rouba de mim
os dias que eu mesmo fiz.
São as últimas horas
e só quero estar deitado,
mas ainda estou no ar
e isso dá náusea.
Para todos os lados
um azul infindável,
não gosto muito de azul,
quem sabe por sorte
e como última visão
chegue uma tarde amarela
e me leve nela
para qualquer lugar,
ou me afague aqui
para evitar o desespero.
Eu só queria saber
quando fechar os olhos,
e se quando os fosse abrir
seria ainda tarde.