segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Um café e um cigarro...


Tuas notas me tocam tão forte
que me fazem chorar de dor
e sou o único.
Me sinto transpassado
por este gume frio
que me faz morrer.
Meu respirar ofegante,
meu corpo imóvel
teu golpe de mestre
tua flauta de fauno do bosque
me domina.
Quero sufocar no nada,
sufocar no teu expirar tóxico
meus pulmões.
Perder-me nas nuvens
e cortantes raios no ar.
Me furas o peito
o sangue escorre
até meus pés
que farão o caminho
para que me tenhas vazio
e me enchas de ti.

domingo, 8 de novembro de 2015

Ultima postagem?


Se perdi você
acabei me perdendo
                   um pouco
 As vezes uma angústia
          bem a noite
invade meu coração
      e quer sair pelos olhos
não sei o que me contém
    não quero
mas acho ser fingido
   não sou assim
     mas será?

                             É uma dor
                                 que quero gritar
                                      mas calo (por calar)

Esse silêncio enche meu peito
e fico intoxicado
 ao ponto de quase morrer
       inexplicável

um fim
   rimando
algo ruim
                    desfaleço

Sem ânimo
    sem vida que queira viver
poucas coisas quis
      pouca
                       só uma
a vida ao seu lado


            Não soube fazer isso
acho que não saberia

TENHO MEDO
                            E
                                ELE FOI MAIOR...

domingo, 11 de outubro de 2015

Bukowski


Quando Charles fechou os olhos
ele já não estava mais ali,
a dor na sua face,
o peso nas suas expressões,
seu fardo de toda a vida,
loucura,
já não existiam mais.
Sua expressão agora doce,
seu espírito leve
e toda a sala tornou-se serena.
O cheiro de bebida,
a fumaça do cigarro,
as risadas longas e os gritos de fúria
agora fazem falta,
mas a paz que está em sua face
conforta o buraco que fica.
Passou como um detalhe
a vida sofrida que existiu.
É fumaça que sobe,
é nuvem que voa,
Mas brilho eterno
como uma estrela na escuridão.

sábado, 10 de outubro de 2015

Descaminho descontente,
Na beira do abismo
Com o perigo mais belo
Tentador e destrutivo
Para os olhos de quem vê,
Penetrante na alma
Daqueles que descontentes
Distraídos e vazios,
Por vazio maior visto
É tomado por inteiro.
Valha-me Deus!
Pela profundidade da cova
Sabe-se o estado do corpo.
Desconhecimentos descarados,
A busca pela verdade
É uma dor intensa.

Página sem título

Palavras últimas de um fim,
De um alguém perdido
em si mesmo.
Sentimentos turbulentos
Em uma face serena
Sem demonstrar força,
Que força?
Palavras vazias
Por vazio eterno no peito,
Palavras pesadas
Qual a nuvem de chuva
Bradam em silêncio
Que mortal ensurdece.
Olhos de ressaca,
Barba mal feita,
Pesar.
E seguindo,
Vou leve como a brisa
Que anuncia:
O tempo vai esfriar.
Peito agasalhado
Na capa de vidro
Que começa a partir
E a ferida abre,
De dentro
Um vapor mofado;
Vazio.
Dê- me de beber,
O sangue não corre nas veias,
Dê-me de beber,
Tenho fome.
O frio chegou,
Deixe-me morrer,
Mas dói.
Um sorriso,
Um olhar,
Distraído o sentido me trai,
Um abismo a frente
E me vejo voando,
Um mergulho profundo
Para o esquecimento.

O que nos dizem...

E me disseram: até um dia.
Não pude entender,
Que dia era esse?
Até um tempo,
Mas o tempo não é sempre igual?
Simplesmente até,
Até o quê?
E então cansado,
Deitado na cama,
Com os olhos pesados,
Eu disse: até amanhã.
Será que o amanhã chegará?

sexta-feira, 18 de setembro de 2015


Entre o intervalo dos dias
quando estou em Teus átrios
sinto a Tua paz no espírito.
Teu caminho Cristo
me compraz plenamente,
o vazio que havia
deixou de ser presente,
contigo hoje me alegro,
em Ti espero,
em Ti descanso.
Há esperança em mim,
pois, Tu vieste
e me abraçou
com braços de amor.
Teu amor que constrange meu ser
e me lança aos Teus pés,
é o mesmo que me alegra
e me leva ao Pai,
pois, hoje sou em Ti,
Somente por Ti.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

As coisas paradas
Seriam sem graça,
Na praça
Descalça dança
A moça na calçada
E param gentes
Sem graça
E com ela se encantam
E dançam
E cantam.
O tempo para,
Sem graça,
Mas não,
Tal qual vento
Que parado
Sem graça esquenta
Vai sempre,
Então venta
E acha graça
Por mim parado
Sem graça
No chão.

sexta-feira, 12 de junho de 2015


É negra escura
A chuva branca que chega
Na nuvem negra,
Com contrastes
E desastres
A nossa gritante fraqueza
De carne e ossos
Que cavam poços
Nossa cova.
Se teria sentido?
A confusão em ti
É a unica que sente.
Quem está louco?
Esta é minha obra
E ela cobra
Teus dias mais estranhos.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Tu ainda não vais dormir?
Isso é que está te acabando,
por amar tanto assim
ainda vais perder os olhos.
Quando os perder
Como verás teu amor?
- amor não se vê,
Se sente,
Se prende

E digo que vive.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Maldição do Sonho

Eu estou deitado
E meus olhos não querem fechar,
Forço uma tentativa,
Mas eles abrem novamente.
Viro de bruços,
Viro de lado,
De peito para cima
E a agonia continua.
Começo a escrever,
São linhas sem fim
Sem começo,
Sem texto,
Sem nexo
E para ninguém.
Queria escrever um sonho,
O conto daquele beijo teu,
Proibido,
Roubado,
Só meu.
Te vi no meus sonhos
Para talvez nunca mais,
Nem consigo dormir
E meus olhos não fecham.